segunda-feira, outubro 21, 2024
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Maricá planta 285 mudas nativas de restinga na orla de Itaipuaçu

A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Cidade Sustentável, deu início a um importante projeto de restauração da restinga ao longo da orla marítima do município.

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Em Itaipuaçu, foram plantadas 285 mudas nativas da Mata Atlântica, compondo três ilhas de vegetação que fazem parte de um projeto maior de revitalização da restinga ao longo das praias de Maricá.

O trabalho em Itaipuaçu é apenas o início de um esforço ambicioso que prevê a implantação de 18 ilhas de vegetação, totalizando 1.728 mudas. O projeto de restauração da restinga abrange toda a extensão da orla marítima de Maricá, desde Itaipuaçu até Jaconé, e ao final, incluirá o plantio de 4.728 mudas ao longo de 34 km de vegetação costeira.

“As ações de restauração e conservação da vegetação de restinga são essenciais para a manutenção do nosso ecossistema. Além de auxiliar na manutenção da biodiversidade e no equilíbrio climático, essas práticas são cruciais para a preservação de espécies como o Liolaemus lutzae, um lagarto endêmico das áreas de restinga, cuja sobrevivência depende diretamente da saúde desses habitats. A conservação desses ambientes também é fundamental para a proteção dos solos costeiros contra a erosão. É Maricá realizando uma gestão de desenvolvimento sustentável e protegendo a nossa rica biodiversidade local!”, destacou a secretária de Cidade Sustentável, Andressa Bittencourt.

A bióloga responsável pelo projeto, Tatiane Pereira de Souza, explicou que o trabalho é uma restauração ecológica feita ao longo da orla que foi desgastada com o passar do tempo. “Se andarmos pela orla de Itaipuaçu, observamos que vários pontos não têm mais vegetação. Na realidade, toda a orla deveria ter restinga e não temos porque já foi tudo suprimido. Essa vegetação tem um caule subterrâneo e um papel fundamental de segurar a areia que vem para a rua”, explicou.

Para que a implantação seja eficaz, a bióloga demonstrou a técnica aplicada pela equipe. “Temos o hidrogel, usamos água potável para fazer o polímero, que vira um gel. Esse gel ajuda a segurar a água para ficar disponível para a raiz das mudas que estamos plantando. Sabemos que na praia o solo é pobre em nutrientes, por isso trazemos a terra preta com adubação orgânica. Colocamos o material para ajudar a reter a umidade e a planta conseguir se restabelecer”, esclareceu.

As espécies plantadas incluem aroeira, guriri, juramento, papagaio, abaneiro, ipomea roxa, jacaré, rabo-de-galo, fedegoso, feijão-de-porco, pitanga, maria-mole, capororoquinha e fruto-do-café, entre outras. O objetivo é criar uma vegetação diversificada, evitando a repetição de espécies lado a lado, promovendo assim um ecossistema mais robusto e sustentável.

Além de Itaipuaçu, a restauração já começou em Ponta Negra, onde duas ilhas de vegetação foram formadas com 192 mudas. O projeto continuará a se expandir pelas praias de Barra de Maricá, Guaratiba, Cordeirinho e Jaconé.

A restinga de Maricá, inserida na Área de Proteção Ambiental (APA) de Maricá, sofreu significativa degradação ao longo dos anos devido ao uso inadequado do solo e à ocupação por espécies exóticas e ornamentais invasoras. Para combater essa deterioração, além do plantio das mudas, outras ações estão previstas, como o cercamento da área de restinga com mourões de eucalipto tratado e fios de arame galvanizado liso, limpeza e remoção de resíduos sólidos urbanos, e a destocagem manual e mecânica das espécies exóticas.

Este projeto de restauração visa não apenas a recuperação ambiental, mas também a proteção da biodiversidade local, a melhoria da qualidade de vida para os moradores e visitantes, e a preservação do patrimônio natural de Maricá.