A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Cidade Sustentável, deu início a um importante projeto de restauração da restinga ao longo da orla marítima do município.
Em Itaipuaçu, foram plantadas 285 mudas nativas da Mata Atlântica, compondo três ilhas de vegetação que fazem parte de um projeto maior de revitalização da restinga ao longo das praias de Maricá.
O trabalho em Itaipuaçu é apenas o início de um esforço ambicioso que prevê a implantação de 18 ilhas de vegetação, totalizando 1.728 mudas. O projeto de restauração da restinga abrange toda a extensão da orla marítima de Maricá, desde Itaipuaçu até Jaconé, e ao final, incluirá o plantio de 4.728 mudas ao longo de 34 km de vegetação costeira.
“As ações de restauração e conservação da vegetação de restinga são essenciais para a manutenção do nosso ecossistema. Além de auxiliar na manutenção da biodiversidade e no equilíbrio climático, essas práticas são cruciais para a preservação de espécies como o Liolaemus lutzae, um lagarto endêmico das áreas de restinga, cuja sobrevivência depende diretamente da saúde desses habitats. A conservação desses ambientes também é fundamental para a proteção dos solos costeiros contra a erosão. É Maricá realizando uma gestão de desenvolvimento sustentável e protegendo a nossa rica biodiversidade local!”, destacou a secretária de Cidade Sustentável, Andressa Bittencourt.
A bióloga responsável pelo projeto, Tatiane Pereira de Souza, explicou que o trabalho é uma restauração ecológica feita ao longo da orla que foi desgastada com o passar do tempo. “Se andarmos pela orla de Itaipuaçu, observamos que vários pontos não têm mais vegetação. Na realidade, toda a orla deveria ter restinga e não temos porque já foi tudo suprimido. Essa vegetação tem um caule subterrâneo e um papel fundamental de segurar a areia que vem para a rua”, explicou.
Para que a implantação seja eficaz, a bióloga demonstrou a técnica aplicada pela equipe. “Temos o hidrogel, usamos água potável para fazer o polímero, que vira um gel. Esse gel ajuda a segurar a água para ficar disponível para a raiz das mudas que estamos plantando. Sabemos que na praia o solo é pobre em nutrientes, por isso trazemos a terra preta com adubação orgânica. Colocamos o material para ajudar a reter a umidade e a planta conseguir se restabelecer”, esclareceu.
As espécies plantadas incluem aroeira, guriri, juramento, papagaio, abaneiro, ipomea roxa, jacaré, rabo-de-galo, fedegoso, feijão-de-porco, pitanga, maria-mole, capororoquinha e fruto-do-café, entre outras. O objetivo é criar uma vegetação diversificada, evitando a repetição de espécies lado a lado, promovendo assim um ecossistema mais robusto e sustentável.
Além de Itaipuaçu, a restauração já começou em Ponta Negra, onde duas ilhas de vegetação foram formadas com 192 mudas. O projeto continuará a se expandir pelas praias de Barra de Maricá, Guaratiba, Cordeirinho e Jaconé.
A restinga de Maricá, inserida na Área de Proteção Ambiental (APA) de Maricá, sofreu significativa degradação ao longo dos anos devido ao uso inadequado do solo e à ocupação por espécies exóticas e ornamentais invasoras. Para combater essa deterioração, além do plantio das mudas, outras ações estão previstas, como o cercamento da área de restinga com mourões de eucalipto tratado e fios de arame galvanizado liso, limpeza e remoção de resíduos sólidos urbanos, e a destocagem manual e mecânica das espécies exóticas.
Este projeto de restauração visa não apenas a recuperação ambiental, mas também a proteção da biodiversidade local, a melhoria da qualidade de vida para os moradores e visitantes, e a preservação do patrimônio natural de Maricá.