sábado, julho 27, 2024
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Itaipuaçu: Lagoa de São Bento vira refúgio da vida silvestre

Maricá inaugurou a Unidade de Conservação da Natureza Refúgio de Vida Silvestre Lagoa do São Bento, situada no Barroco, em Itaipuaçu. Esta é a sexta área de proteção integral do município, estabelecida pela Lei nº 3.422, de 13 de dezembro, aprovada pela Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito Fabiano Horta. A decisão de transformar o local em uma Unidade de Conservação da Natureza Refúgio de Vida Silvestre Municipal baseia-se em suas características ecológicas, bem como na significativa importância econômica e socioambiental regional. A Lagoa do São Bento abrange uma área de 6,94 hectares, com um perímetro de 992 m², enquanto sua Zona de Amortecimento se estende por 40,19 hectares.

Antes da promulgação da lei, a Secretaria de Cidade Sustentável de Maricá conduziu audiências públicas com a sociedade civil e especialistas para discutir a criação da unidade.

“Neste ano de 2023, o município de Maricá conquistou o 2º lugar na premiação de gestão ambiental municipal concedida pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAs), na categoria de Gestão de Unidades de Conservação Municipal no Estado. A criação do Refúgio de Vida Silvestre Lagoa do São Bento, além de atender a uma reivindicação de moradores, movimentos ambientalistas locais e pesquisadores, enriquece ainda mais o sistema municipal de áreas protegidas com um ecossistema tão único e raro”, afirmou o secretário da Cidade Sustentável, Helter Ferreira.

O Refúgio de Vida Silvestre Lagoa do São Bento tem como objetivo preservar a diversidade de espécies da fauna e flora silvestres, oferecendo abrigo a espécies migratórias durante suas rotas, garantindo alimentação, repouso e reprodução. Além disso, busca assegurar a existência das populações biológicas, do ecossistema e o equilíbrio ecológico local, conservando a recarga de água do corpo hídrico para reduzir riscos de enchentes e para o abastecimento do lençol freático. A unidade também visa proporcionar oportunidades para educação ambiental, pesquisa científica, visitação pública e ecoturismo, estimulando a geração de emprego e renda alinhada aos objetivos ambientais.

As áreas úmidas da restinga de Maricá são reconhecidas como riquezas ambientais e culturais, percebidas pelos moradores e visitantes. Além disso, a região atrai estudantes e pesquisadores de diversas instituições públicas e privadas. A Lagoa do São Bento desempenha um papel crucial como proteção natural contra os efeitos adversos das mudanças climáticas, como cheias e calor extremo.

A unidade estabelece proibições, como práticas lesivas ao ambiente natural, remoção e perturbação de espécies nativas, caça, pesca, queimadas, entre outras. Animais domésticos são permitidos apenas em sua zona de amortecimento. Intervenções ambientais autorizadas, visando a implantação da unidade de conservação, são permitidas, desde que não interfiram na drenagem ou no trânsito da fauna.

Maricá, estrategicamente localizada entre a região metropolitana e a região dos lagos do estado do Rio de Janeiro, possui um relevo diversificado, incluindo maciços costeiros, planícies fluviais, lagunas e áreas marinhas. Cerca de 33% de sua área total de 362,48 km² é composta por Unidades de Conservação estaduais e municipais. Entre as estaduais, destacam-se a Área de Proteção Ambiental de Maricá (969,61 ha) e o Parque Estadual da Serra da Tiririca (3.495,25 ha). As municipais incluem o Monumento Natural Municipal da Pedra de Inoã (181,61 ha), o Monumento Natural Municipal da Pedra de Itaocaia (109,39 ha), o Refúgio de Vida Silvestre Municipal das Serras de Maricá (9.033 ha), a Área de Proteção Ambiental Municipal das Serras de Maricá (3.378,7 ha), a Área de Relevante Interesse Ecológico Cachoeira do Espraiado (919,92 ha) e o recente Refúgio de Vida Silvestre Lagoa do São Bento.